INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Veículos Elétricos e Híbridos uma realidade que precisamos recarregar com segurança.

A instalação de carregadores para veículos elétricos em condomínios e residências é uma tendência crescente, acompanhando a expansão do mercado de veículos elétricos. No entanto, para garantir segurança, eficiência e adequação ao sistema elétrico do local, é fundamental que um laudo técnico e um projeto elétrico sejam elaborados antes da instalação do carregador. Esses documentos são essenciais para evitar riscos e assegurar o cumprimento de normas e regulamentações.

Uma instalação deficitária ou aquém das necessidades pode gerar risco ao patrimônio e à vida das pessoas que ocupam o imóvel. As Normas técnicas ABNT determinam as condições mínimas de segurança para tais instalações.

1. Laudo Técnico

O laudo técnico é um documento que avalia as condições atuais das instalações elétricas do condomínio, identificando sua capacidade de atender à demanda adicional gerada pelo carregador de veículos elétricos. A importância desse laudo se dá pelos seguintes fatores:

• Segurança: Um carregador para veículos elétricos consome uma quantidade significativa de energia. Sem uma avaliação adequada, o sistema elétrico pode não suportar a nova carga, gerando risco de curto-circuito, sobrecarga, incêndios e outros problemas de segurança.
• Adequação da infraestrutura: O laudo verifica se os painéis, cabeamentos e disjuntores existentes são compatíveis com a instalação do carregador, ou se há necessidade de reforços ou substituições.
• Conformidade com normas: O documento também garante que a instalação futura esteja de acordo com as normas técnicas vigentes, como as regulamentações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as orientações das concessionárias de energia.

2. Projeto Elétrico

O projeto elétrico é o plano detalhado da instalação do carregador, que define como será feita a conexão ao sistema elétrico do condomínio, assegurando eficiência e segurança. A importância do projeto elétrico pode ser explicada pelos seguintes pontos:

• Dimensionamento correto: O projeto especifica o tipo de carregador adequado para a demanda de energia do veículo e para a capacidade do sistema elétrico do condomínio, evitando desperdício de energia ou danos aos equipamentos.
• Distribuição de carga: O projeto prevê a melhor forma de distribuir a carga elétrica, evitando sobrecarga em um único ponto do sistema e prevenindo apagões ou quedas de energia que possam afetar as áreas comuns ou as demais unidades do condomínio.
• Futuras ampliações: Com o aumento do uso de veículos elétricos, é possível que mais moradores queiram instalar carregadores no futuro. Um projeto bem elaborado pode antecipar essa demanda, facilitando futuras ampliações e evitando novas intervenções complexas no sistema.
• Redução de custos a longo prazo: Um projeto elétrico eficiente ajuda a otimizar o consumo de energia, o que pode resultar em economia na conta de luz e em menor desgaste dos equipamentos.

3. Responsabilidade Legal e Evitar Conflitos

Em um condomínio, a instalação de equipamentos que impactam áreas comuns ou a rede elétrica compartilhada pode gerar conflitos entre os moradores. O laudo e o projeto elétrico funcionam como documentos formais que comprovam que a instalação foi feita de forma profissional, segura e dentro das normas. Isso evita discussões futuras sobre responsabilidades em caso de problemas, além de garantir o cumprimento de regulamentações legais e exigências de seguro.

Conclusão

A elaboração de um laudo técnico e um projeto elétrico é fundamental para garantir uma instalação segura, eficiente e dentro das normas, protegendo o sistema elétrico do condomínio e seus moradores. Esses documentos asseguram que o carregador de veículos elétricos não coloque em risco a infraestrutura do prédio e preparam o condomínio para o futuro, à medida que mais veículos elétricos se tornem parte do cotidiano dos moradores.

Dados relevantes:

1. Em entrevista ao site Quatro Rodas, o CEO da Eletricus, companhia especializada em soluções de recarga para automóveis elétricos, e conselheiro na ABVE (Associação Brasileiro do Veículo Elétrico), Evandro Mendes, afirmou que para fazer a instalação de um carregador para carros elétricos em casa, é necessário chamar um eletrotécnico ou engenheiro para verificar a entrada de energia do imóvel. E que não há registro de incêndio de carro elétrico no Brasil.


2. De acordo com Emma Sutcliffe, diretora da iniciativa em Melbourne, Austrália, os estudos preliminares indicam baixa frequência nesse tipo de problema. A afirmação foi dada durante entrevista ao site notícias CNBC. Uma pesquisa realizada pela seguradora de automóveis AutoinsuranceEZ aponta que os veículos elétricos apenas com bateria têm 0,03% de chance de pegar fogo, em comparação com a chance de 1,5% dos veículos com motor de combustão interna.


3. Um relatório de maio de 2023 da Agência Sueca de Contingências Civis descobriu que veículos movidos a motores de combustão interna tinham 20 vezes mais chances de pegar fogo do que veículos elétricos na Suécia. A Suécia registrou 106 incêndios em vários modos de transporte eletrificados em 2022. Mais da metade estava em e-scooters (38) e e-bikes (20). Dos 611.000 veículos elétricos da Suécia, 23 incêndios (0,004%) foram relatados. A frota de 4,4 milhões de veículos a gasolina e diesel registrou 3.400 incêndios (0,08%).


4. Globalmente, a EV FireSafe descobriu que cerca de 0,0012% dos veículos elétricos de passageiros pegaram fogo de 2010 a 2023. Embora tenha sido difícil encontrar estatísticas globais semelhantes para veículos a gasolina e diesel, o EV Firesafe usou uma série de relatórios de países e encontrou um risco muito maior de 0,1% de pegar fogo. Isso é mais de 80 vezes a taxa que o EV Firesafe encontrou para veículos elétricos. Além de 393 incêndios verificados em todo o mundo, o banco de dados EV Firesafe inclui 74 incidentes que estão sendo investigados e 21 que não foram verificados.


5. Na avaliação de Gauer (chefe da pasta de segurança da Abve - Associação Brasileira do Veículo Elétrico) em entrevista ao Poder360, o risco de um veículo elétrico pegar fogo é 60 vezes menor do que um a combustão e que se trata de um processo mais "lento". Motivo: as baterias contam com uma proteção para retardar a "fuga térmica", quando há um superaquecimento que pode vir a sair de controle e causar um incêndio. Com os protocolos e equipamentos adequados, o representante da Abve diz que o incêndio em um carro elétrico poderia ser controlado em um tempo similar ao de um veículo a combustão, mesmo no caso de uma eventual reignição.

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